Um Mergulho no Abismo
Dois últimos anos passaram como o Bolt, rápidos e intensos.
Brutos, brutais, dilacerantes, ao mesmo tempo...
Dois anos que me levaram a lugares que eu não imaginava, nos confins da minha alma, da alma humana, do eu e dos outros, por paisagens da minha própria existência, que puta de aprendizagem, meu.
Foi um tempo de descobertas e de lições aprendidas com reguadas dadas à dúzia, na alma, de alegrias e de tristezas, de vida e de morte.
Mas, nestes dois anos também tive a oportunidade, em alguns casos o rasgo mágico, de conhecer pessoas incríveis, com almas generosas e corações bondosos. Uns por entre dor outros por entre amor, outros nem por isso.
Pessoas que me inspiraram, que me apoiaram, ali, sempre, ao meu lado, de mão dada, que me deram a força, como por encanto, para seguir em frente.
Mas, conheci também o lado sombrio da natureza humana.
Deparei-me com a inveja, com a maldade, com a mesquinhez.
Darlings (gajos e gajas), come on, deparei-me e descobri isto tudo no seu estado puro, o mais puro.
Já alguma vez vos falei sobre a minha bebida preferida?
Shots ou batidos.
De Napalm. Juro. Adoro.
Foi um off topic, conheci pessoas que tentaram derrubar-me, que tentaram prejudicar-me, que tentaram impedir-me de seguir meu caminho.
Nos dos registos, pessoal e profissional.
Quando penso nestes dois anos umas vezes rio outras dá-me pena, outras penso que aprenbdi mais do que em vinte anos, outras vezes mando foder.
Ponto.
Paz.
Essa foi a minha conquista nestes dois anos, onde, finalmente, me encontrei, todo, inteiro.
Por isso, obrigado, bitches.
Era ironia.
Foi difícil, confesso.
Houve momentos em que me senti perdido, em que me senti desanimado, dilacerado, por dentor, em que me questionei se valia a pena continuar.
Mas a paixão – apaixono-me, facilmente, mas nunca se apaixonem (mais) por mim, por favor, já não suporto mulheres apaixonadas por mim, a paixão é outra, a paixão pela vida, a que sempre falou mais alto, perante cada muro, a cada obstáculo superado, a cada desafio vencido, que me fez sentir mais forte, mais confiante, mais determinado. Quase uma besta.
Nestes dois anos, a morte também bateu à porta.
Perdi amigos, perdi o meu pai, perdi pessoas queridas, que fazem parte da minha história, até da mais recente.
A dor foi profunda, a saudade imensa.
Mas, a vida me ensinou que a morte faz parte deste ciclo natural.
E que, por mais difícil que seja aceitar a partida de quem amamos, é preciso seguir em frente, honrando a memória e o legado, celebrando a vida que eles viveram.
Ainda hoje a minha filha telefonou-me para me dar mais uma notícia de mais uma tragédia.
Um horror.
Por isso decidi escrever este texto.
Tenho tanto dentro de mim para escrever...
É duro, o acto da escrita. Tenho por aí um texto sobre este tema. É foda, mesmo, para mim mas no final saem-me toneladas de dentro da alma.
Entre a luz e a sombra, entre a alegria e a tristeza, entre a vida e a morte, sigo meu caminho.
Nem sempre é fácil, quase nunca é fácil, mas que é sempre o meu, fruto das minhas escolhas e decisões, as consequências também são minhas.
Um dia conto como tomo as decisões mais difíceis e enfrento todos os meus fantasmas...
Um caminho que me leva a lugares que eu nem imaginava, que me apresenta pessoas que eu nunca teria conhecido, que me proporciona experiências que eu jamais teria vivido.
Até as piores de todas porque é com essas que me fortaleço.
De Angel Advocats está o céu cheio.
Até porque há sempre a (in)certeza de que a vida é um presente que deve ser adorado intensamente, com todas as suas cores, com todos os seus sabores, com todas as suas alegrias e com todas as suas tristezas.
Porque a vida é assim:
um eterno contraste entre a luz e a sombra, entre o bem e o mal, o justo e o injusto, a mentira e a verdade, o amor e o ódio, a vingança e a paz, o abraço e o veneno.
Nós escolhermos em qual lado queremos estar.
Eu escolho a luz, escolho o bem, escolho a vida.
Por muito que ela me foda.