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The Cat Run

Uma cena sobre corrida em geral e running em particular e também sobre a vida que passa a correr. Aqui corre-se. Aqui só não se escreve a correr. Este não era um blog sobre gatos. A culpa é da Alice.

The Cat Run

Uma cena sobre corrida em geral e running em particular e também sobre a vida que passa a correr. Aqui corre-se. Aqui só não se escreve a correr. Este não era um blog sobre gatos. A culpa é da Alice.

26.05.15

QUE EXCITA


The Cat Runner

 

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(Foto by the Cat )

 

Quando era puto andei na vela.

Fiz uma regata.

Vila Franca-Alhandra. Norte-Sul.

Fui parar de baixo da ponte Marechal Carmona, bem no lodo. Atascados.

Não me perguntem como aconteceu. Acho que foi a corrente.

Foi a minha primeira e única regata, na vida.

O "Tavinho" estava fulo.

Eu confiava nele.

Diz que a culpa foi minha.

O tanas. Ele é que dizia que tinha experiência. Na verdade, chegámos antes dos outros todos.

Depois, os anos foram passando , a vida correndo,ao sabor do vento que a empurra.

A vela passou a ser algo colateral à minha existência.

Até há quarto ou cinco anos.

A minha empresa decidiu entregar-me o projecto America´s Cup.

Corrdenar editorialmente a operação.

Correu bem.

Depois vieram os MOD, os RC e mais uns quantos.

Chegou agora a Volvo Ocean Race.

Ok, vamos lá trabalhar.

Foi através do trabalho que comecei, finalmente, a perceber a dimensão da coisa.

Esta regata transatlântica é uma operação gigantesca e coordenada ao nanograma.

A organização tem dois set´s de vantagem.

Enquanto estão a desmontar a Race Village de Newport já montaram a de Lisboa e de Gotemburgo.

Talvez assim tenha uma noção do que isto é.

Isto é desporto. Isto sim, desporto. Ao mais alto nível.

Comecei a perceber a dimensão da coisa e a envolver-me intensamente, ao ponto de fazer coisas pouco habituais.

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(Foto by Ana Colaço, miss RFM)

 

Apelo a sua inteligência para não questionar a parte de estar envolvido e a distância jornalística.

Se não era outra coisa qualquer que não jornalista.

Não é fácil criar distância, quando conhecemos um reporter onboard, um assessor de imprensa amigo, que nos dá boleia para o hotel, um skipper olímpico, simpático, ou um português que nos obriga a torcer por ele e pela sua equipa por causa da sua simplicidade e talento.

Não é fácil, nem eu quero que seja ao contrário.

O desporto, dizem, é feito também de amizade. E, como eu gosto de amigos, verdadeiros, raros.

Na vela tenho feito muitos amigos. Pessoas de profundo respeito. 

Por isso, daqui a pouco, vou deitar-me, levantar-me e às cinco da manhã, vou com o Carlos Rodrigues para a doca de Pedrouços, para a Race Village da VOR.

Vamos trabalhar e vamos ter com os nossos amigos.

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(Foto by the Cat )

 

Só começamos a fazer directos às sete da manhã, mas combinámos ir às cinco porque queremos estar lá para ver a ver a chegada dos veleiros, onze dias depois de terem saído de Newport.

Queremos dar um abraço aos nossos amigos, queremos sentir o reencontro deles com as famílias, queremos continuar a viver dentro do filme.

Às sete da manhã desligamos o interruptor.

Entramos em directo.

Ser jornalista tem destas coisas. Vivemos dentro da acção para a contar. 

Ser humano tem destas coisas. Vivemos dentro da acção e sentimo-la.

Por mim estarei até ao Jornal da Uma em directo. A fazer directos de uma prova desportiva. Voltei ao desporto.

Isto sim, desporto.

Aqui sinto-me bem.

Tão bem que apostei comigo que um determinado amigo, que correu comigo nos Estados Unidos, vai correr comigo na mini maratona da Accenture. Ele é que ainda não sabe.

A mini maratino da Accenture é uma corrida solidária.

Dia 30 de Maio.

Cinco quilómetros que começam e acabam na Race Village, em Pedrouços, por entre veleiros e lobos do mar.

Uma corrida com o Tejo sempre ao lado. Às nove e meia da manhã. Melhor?

Nem comprando.

A mini maratona Accenture é uma corrida solidária, por isso os prémios vão para instituições de solidariedade social à escolha dos vencedores e segundo uma lista apoiada pela organização.

A Accentur faz 25 anos e decidiu comemorar com a Volvo Ocean Race Stopover Lisboa.

A prova é organizada pela Boulevard e pela Associação Correr Lisboa.

Partimos do palco, dentro da Race Village, vamos até ao Padrão dos Descobrimentos, pela Avenida Brasília e voltamos à Race Village.

Tenho para mim que vou sugerir uma reportagem em movimento.

No fim vou receber uma medalha e dar um abraço ao meu companheiro de corrida. Um amigo novo. Grande.

Só que ele ainda não sabe.

Agora vou dormir que daqui nada vou estar num "excita", valha-me deus (se ele existir).