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The Cat Run

Uma cena sobre corrida em geral e running em particular e também sobre a vida que passa a correr. Aqui corre-se. Aqui só não se escreve a correr. Este não era um blog sobre gatos. A culpa é da Alice.

The Cat Run

Uma cena sobre corrida em geral e running em particular e também sobre a vida que passa a correr. Aqui corre-se. Aqui só não se escreve a correr. Este não era um blog sobre gatos. A culpa é da Alice.

14.01.25

O PODER É UMA DROGA VERY HARDCORE


The Cat Runner

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Como um(a) cockteaser, o Poder atrai, primeiro, embriaga, a seguir, deslumbra, depois e, passa a ser um jogo de alto risco.

É quando se entra numa realidade paralela e invade-nos o sentimento de impunidade moral, sobretudo, sobre todos.

Até sobre aqueles que sabemos que se batem de igual, ou mais até. Embriaga.

Impunidade e sensação de total domínio, que não combina com o vício, que corre nas veias da alma de cada um.

Porque é aí que mora a sensação de Poder, que nos engana e nos conduz até à linha final do beiral do mais alto arranha-céus de todos.

Jim Morrison aproveitava para testar  (des)equilíbrio emocional e a destreza física, na beira do rooftop do hotel mais alto de LA, noites loucas, atrás de noites loucas e dias de alucinação, que esse Poder lhe dava.

É um vício, de uma droga, das mais pesadas e hardcore, que, basicamente, são irrecuperáveis.

Não há rehab que as retire de dentro de nós, porque é a alma que está dependente, viciada, extasiada e deslumbrada. Bêbeda de Poder.

Faz parte da condição humana.

Próximo da condição sub-humana, ainda assim, condição humana, que permite que o olhemos como um simples e complexo traço de carácter.

Simples, porque somos fruto do meio e das nossas convicções.

Criamo-nos a nós, são escolhas nossas. Somos bons ou somos maus.

Pode tratar-se, talvez os médicos até já tenham encontrado o comprimido exacto para isso, não sei.

Complexo, mas não complicado, traço de carácter, porque o Poder encerra em si um jogo, que é sempre um jogo no fio da navalha.

O Poder transmite a percepção de que não há “energia” nem "força" superior à nossa.

Quando nos deparamos com o erro, dá-se um impactante choque frontal e, é brutal o que ele produz. Big Bang!

De um lado a sensação de impunidade, de inteligência superior, onde todos são segundo, em tudo.

Do outro lado a perversidade, disfarçada de bonomia, que permite o jogo de alto risco, sedutor, perigoso, inquietante, onde nunca revela todas as regras, nem jogadas secretas, porque, há ssegredos em ambos os lados.

Imaginemos o “2008-07” , vezes dois, no tal choque frontal?

O “2008-07” é um asteróide que orbita o Sol a cada 962 dias.

Tem o tamanho de um estádio de futebol.

Bum...

Um estádio de futebol, calha a ser a analogia que melhor se encaixa, porque num estádio de futebol também se joga, não é só na vida, a vida é só um jogo, poderia ser de futebol.

Há um jogo.

Há dois lados.

Um combate.

Um objectivo.

Não há empates.

O jogo segue, sem regras. 

Um dos lados da barricada será, efectiva e definitivamente, poderoso, aquele que consegue o Poder verdadeiro, porque não há empates, há só Poder em jogo.

O Poder encerra nele o dinheiro, o sexo e o erotismo, aquela sensação que a noite traz, o risco de decisões e de atitudes, aquele ímpeto privado e louco, de sou, mando, quero. O veveno viciante do Poder.

E, cega, levando pela frente tudo o que tiver que ir.

E, tudo o que vai abre espaço para tudo o que há-de vir.

É a lei do retorno, a vida, digo eu, porque dizem que é karma, eu não acredito nessas merdas.

O jogo tem um motivo, o Poder. 

Não acredito em karmas mas acredito em boomerangs, vão e voltam, quando não se perdem no caminho. 

É só de Poder que se trata!, o resto é fogo-amigo.

Em fecho de texto, lamento provocar desilusões a quem o está a ler e, eventualmente,  olha o poder tal como ele é. Lamento, porque o Poder é isso mesmo, mas é arriscado o vício.

Poder é ser o elo mais fraco da corrente.

É ele que quebra sempre, antes dos outros elos, a corrente, para sempre.

Isso é Poder.

 

 

 

 

 

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