O PODER É UMA DROGA VERY HARDCORE
Como um(a) cockteaser, o Poder atrai, primeiro, embriaga, a seguir, deslumbra, depois e, passa a ser um jogo de alto risco.
É quando se entra numa realidade paralela e invade-nos o sentimento de impunidade moral, sobretudo, sobre todos.
Até sobre aqueles que sabemos que se batem de igual, ou mais até. Embriaga.
Impunidade e sensação de total domínio, que não combina com o vício, que corre nas veias da alma de cada um.
Porque é aí que mora a sensação de Poder, que nos engana e nos conduz até à linha final do beiral do mais alto arranha-céus de todos.
Jim Morrison aproveitava para testar (des)equilíbrio emocional e a destreza física, na beira do rooftop do hotel mais alto de LA, noites loucas, atrás de noites loucas e dias de alucinação, que esse Poder lhe dava.
É um vício, de uma droga, das mais pesadas e hardcore, que, basicamente, são irrecuperáveis.
Não há rehab que as retire de dentro de nós, porque é a alma que está dependente, viciada, extasiada e deslumbrada. Bêbeda de Poder.
Faz parte da condição humana.
Próximo da condição sub-humana, ainda assim, condição humana, que permite que o olhemos como um simples e complexo traço de carácter.
Simples, porque somos fruto do meio e das nossas convicções.
Criamo-nos a nós, são escolhas nossas. Somos bons ou somos maus.
Pode tratar-se, talvez os médicos até já tenham encontrado o comprimido exacto para isso, não sei.
Complexo, mas não complicado, traço de carácter, porque o Poder encerra em si um jogo, que é sempre um jogo no fio da navalha.
O Poder transmite a percepção de que não há “energia” nem "força" superior à nossa.
Quando nos deparamos com o erro, dá-se um impactante choque frontal e, é brutal o que ele produz. Big Bang!
De um lado a sensação de impunidade, de inteligência superior, onde todos são segundo, em tudo.
Do outro lado a perversidade, disfarçada de bonomia, que permite o jogo de alto risco, sedutor, perigoso, inquietante, onde nunca revela todas as regras, nem jogadas secretas, porque, há ssegredos em ambos os lados.
Imaginemos o “2008-07” , vezes dois, no tal choque frontal?
O “2008-07” é um asteróide que orbita o Sol a cada 962 dias.
Tem o tamanho de um estádio de futebol.
Bum...
Um estádio de futebol, calha a ser a analogia que melhor se encaixa, porque num estádio de futebol também se joga, não é só na vida, a vida é só um jogo, poderia ser de futebol.
Há um jogo.
Há dois lados.
Um combate.
Um objectivo.
Não há empates.
O jogo segue, sem regras.
Um dos lados da barricada será, efectiva e definitivamente, poderoso, aquele que consegue o Poder verdadeiro, porque não há empates, há só Poder em jogo.
O Poder encerra nele o dinheiro, o sexo e o erotismo, aquela sensação que a noite traz, o risco de decisões e de atitudes, aquele ímpeto privado e louco, de sou, mando, quero. O veveno viciante do Poder.
E, cega, levando pela frente tudo o que tiver que ir.
E, tudo o que vai abre espaço para tudo o que há-de vir.
É a lei do retorno, a vida, digo eu, porque dizem que é karma, eu não acredito nessas merdas.
O jogo tem um motivo, o Poder.
Não acredito em karmas mas acredito em boomerangs, vão e voltam, quando não se perdem no caminho.
É só de Poder que se trata!, o resto é fogo-amigo.
Em fecho de texto, lamento provocar desilusões a quem o está a ler e, eventualmente, olha o poder tal como ele é. Lamento, porque o Poder é isso mesmo, mas é arriscado o vício.
Poder é ser o elo mais fraco da corrente.
É ele que quebra sempre, antes dos outros elos, a corrente, para sempre.
Isso é Poder.