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The Cat Run

Uma cena sobre corrida em geral e running em particular e também sobre a vida que passa a correr. Aqui corre-se. Aqui só não se escreve a correr. Este não era um blog sobre gatos. A culpa é da Alice.

The Cat Run

Uma cena sobre corrida em geral e running em particular e também sobre a vida que passa a correr. Aqui corre-se. Aqui só não se escreve a correr. Este não era um blog sobre gatos. A culpa é da Alice.

20.11.16

ALICE E O MEU SOBE-E-DESCE


The Cat Runner

 

 

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Dia 47

18/11/2016

 

Sobre saudades...

 

Passei todo o dia de sexta feira na cama.

Acordei às onze, comi, andei a vaguear pela casa, voltei para a cama, sem vontade de ir correr, de me vestir, sequer de falar.

Apeteceu-me estar na cama o dia inteiro. E estive.

Não apenas por falta de vontade, juntei essa falta de vontade, esse cansaço, ao facto de Alice andar por ali, aproveitando para matar saudades dela, tenho sempre saudades de Alice.

Mas, o meu estado físico e mental era de tal forma débil que, ao início da tarde, decidi mandar Alice para a cozinha, fechei-lhe a porta e adormeci.

Acordei eram quatro da tarde. Ponto. Moído, com dor de cabeça, sem vontade de me vestir.

Mas, vesti-me e vim trabalhar, com saudades de Alice, porque sinto saudades da tipa assim que passo a porta da rua.

É assim a minha vida, um sobe-e-desce, que eu gosto.

Segunda, terça e quarta fiz um horário que me obrigava entrar às 9 e a sair às 17.

Não propriamente um “nine-to-five”. Nós não temos cá disso.

Na televisão, quando fazes régie e editas jornais, não há cá disso.

Não respiramos, simplesmente.

Foi assim a minha semana, chegar a casa de rastos.

A meio da semana, na quinta e sexta feiras (diz-se feiras e não feira como ouvi na rádio) voltei a trocar os fusos horários; passei a entrar à hora da saída, às 17.

Nos dois últimos dias úteis da semana, saí à uma e meia da manhã, depois de 3 dias alucinantes na régie. Dias úteis porque o fim de semana também foi com fato de macaco.

Alice deve estar a estranhar a minha “ausência”, aliás, a minha falta de atenção para com ela.

Percebo isso, não porque Alice fica a miar quando fecho a porta da cozinha, mas porque sempre que lá entro ela segue-me, como desde o primeiro dia, agora com maior tranquilidade, e senta-se ou em cima dos meus pés, ou junto às minhas pernas, a ver no que dá.

Alice tem saudades minhas.

Anda a dar-me sinais.

Eu tenho cada vez mais saudades de Alice, embora esteja com ela cada vez mais tempo.

O que me chateia mesmo é deixar de fazer coisas para estar com Alice.

É uma opção minha.

É que detesto ter saudades.

Seja de quem for.