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The Cat Run

Uma cena sobre corrida em geral e running em particular e também sobre a vida que passa a correr. Aqui corre-se. Aqui só não se escreve a correr. Este não era um blog sobre gatos. A culpa é da Alice.

The Cat Run

Uma cena sobre corrida em geral e running em particular e também sobre a vida que passa a correr. Aqui corre-se. Aqui só não se escreve a correr. Este não era um blog sobre gatos. A culpa é da Alice.

15.02.24

GELADOS NO INVERNO


The Cat Runner

 

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Lá está, é um texto que não fala de gelados no inverno, mas tem tudo a ver.

Pelo menos o título fez com que chegasse até esta linha. Ponto.

Não custa continuar...

Enquanto como um gelado, ocorrem-me cenas, passam-se-me pela cabeça, ainda agora, dei comigo a pensar que se formos a ver bem podemos dizer que o dia se divide em dois, o dia e a noite, é a fusão dois, ambos os dois, como diria um grande jogador, num certeiro pontapé na gramática, constroem o dia.

É um bocado como aquela ideia de que a Terra não é redonda.

Disse-me um amigo, há cenas dessas que até fazem ver unicórnios (existem mesmo, os unicórnios). Porque não acreditar que a Terra é chata?

Porque é. Redonda mas chata.

Por isso decidiu-se dividir e ordenar o caos.

O dia e a noite, o dia dividido em dois.

Despertares antecipados, manhãs de janela aberta.

E, o meio do dia que divide o dia e remete para a noite, que começa a caminhar, como uma mulher sedutora, cabeça ligeiramente inclinada, braços caídos, para trás, para a frente, ao compasso do paço, assim é o dia, uma mulher.

Há sempre o ocaso, o sol que vai desaparecendo, o momento em que o sol se põe, entre um abraço, um chá de framboesa e mil perguntas, silenciadas pelo momento.

É assim que o dia se divide, em três, antes, depois, no meio uma fracção de loucura, que se confunde, que confunde, porque as janelas continuam abertas e a luz entra por ali dentro. Será sempre de manhã.

Ousar desafiar as leis da física e da lógica impõe saber que o coração parece ter feito um estágio intensivo em contorcionismo. Não entender é tempo perdido. O tempo perde-se, não se ganha. Que não seja em vão.

Luta titânica, o amor e as equações matemáticas complexas, variáveis, quase impossíveis de resolver e resultados que desafiam até o mais experiente dos algoritmos.

Como jogar, lançar os dardos, contra alvos inatingíveis, desafiando qualquer noção de (in)compatibilidade, porque o coração é um navegador destemido, um pirata que cruza oceanos de improbabilidades, destemido, porque afinal, quem precisa de lógica quando se trata de amor?

Quem se importa se as probabilidades estão mais destorcidas que um espelho de carnaval, neste reino, onde, mascaradas, as probabilidades convencionais, não são tão convencionais assim.

O absurdo é o normal.

Oceanos, continentes, desafios, tramas e monstros, reviravoltas e o vento.

Tudo tão mais raro quanto um unicórnio num desfile de moda (há unicórnios, contou-me um amigo).

É altura de brindar.

Erguem-se as taças da ironia, brinde-se aos amores que desafiam a lógica, desdenhe-se das probabilidades e torne-se o impossível num mero atalho.

Não há distância. Há oceanos. E, ventos, e correntes, e aventuras e desafios, e coragem, e destreza, e sabedoria, e muito rum à mistura.

Um pirata perde sempre a noção da distância. Preocupa-o o vento e a rota.

A razão, quem precisa dela?

Talvez a física quântica explique, porque é difícil de entender, mas irresistível de viver.

Não, isso não é comigo, o da física quântica é o Albert.

Eu só dei a dica.

As janelas estão abertas.

É de manhã.

O dia caminha para a fracção que o mudará para sempre.

Até ao dia seguinte.

Mas, é de manhã!