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The Cat Run

Uma cena sobre corrida em geral e running em particular e também sobre a vida que passa a correr. Aqui corre-se. Aqui só não se escreve a correr. Este não era um blog sobre gatos. A culpa é da Alice.

The Cat Run

Uma cena sobre corrida em geral e running em particular e também sobre a vida que passa a correr. Aqui corre-se. Aqui só não se escreve a correr. Este não era um blog sobre gatos. A culpa é da Alice.

17.06.19

UNIÃO – UMA VIAGEM AO SONHO - (FINAL)


The Cat Runner

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A viagem ainda não terminou.

Hoje, acordei com aquela sensação de que nada disto está a acontecer.

Há festa dentro de nós.

Isto só comigo.

Uma hora e meia antes do jogo, depois de ter cumprimentado dezenas de unionistas, eis que dou comigo, de repente, numa fila.

Não sei como ali fui parar.

O portão abria às três e meia e às três e um quarto ali estava eu misturado com a gente da vila.

Escutava as conversas, observava os semblantes, até mesmo os daqueles que, do outro lado da estrada, se sentavam numa estação de combóios pintada num muro, como que a aguardarem que chegasse a carruagem do sonho.

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Sei que, antes de dar comigo na fila, cruzei-me com o senhor que costumo encontrar nas corridas. Com ele e com os amigos.

Aquele homem com quem me encontrei quando me preparava para a maratona, que voltei a ver na corrida de Santo António, num destes últimos textos e que me gritou à minha passagem:

"Domingo vamos para a segunda liga".

Recordámos esse momento, a caminho do campo.

Fomos conversando sobre as corridas, sobre o jogo decisivo.

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É quando chegou à fila, uma hora e meia antes do jogo começar. Nunca tal me tinha acontecido e nem precisava, mas ali estava, a viver aquele momento único, até o sol me estava a saber bem.

Na revista, ficaram-me com o isqueiro, à entrada, que me devolveram simpaticamente no final e com a garrafa de água.

"É para te ires habituando, na segunda liga é assim", dizia um dos velhos unionistas, como se ele alguma vez soubesse o que é estar na segunda liga.

Nenhum de nós sabe.

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Lembrei-me daquele jogo da Taça de Portugal, contra o Vitória de Guimarães, há muitos anos, era eu um miúdo.

Vivia-se no Cevadeiro o mesmo ambiente, as mesmas caras felizes, o mesmo calor, o mesmo sol, a mesma esperança.

Foi há muitos anos. 

Naquela altura o que mais me fascinava era as bolas Le Coq Sportif e as botas de futebol da marca francesa. O Vitória de Guimarães equipava Le Coq Sportif.

Na bancada, onde me continuo a sentar aos domingos, no cimo, no último degrau, que dá para ver os balneários, deliciava-me a observar o Neno a aquecer, aqueles craques todos, todos bem equipados.

Aqueciam no cascalho, na zona dos balneários, até porque o nosso campo era pelado, na altura.

Mas, nós tínhamos o Vitor Rosa, o Murtinheira, O Lobo, e mais um camião de brilhantes jogadores, mas estes três eram os que mais me enchiam as medidas.

Nesta tarde de domingo, enquanto via aquecer os jogadores do União e os do Leiria dei comigo a rever esse momento, há muitos anos, era eu miúdo, já sentado na bancada, no lugar onde me sento sempre, atrásdo nosso banco de suplentes.

Naquela altura tinha a companhia do vendedor de queijadas, à moda antiga.

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Tive tempo para pensar em tudo.

Decidi deixar continuar a viagem.

Agora, era eu, outra vez miúdo, sentado no Cevadeiro, depois de andar a brincar pelas ruas da vila.

Nem com o Vitória de Guimarães, naquele tempo, o Cevadeiro levou tanta gente, nem mesmo com os marinheiros sentados no muro do quartel. Todos União.

Para algumas pessoas pode ser só futebol.

Para mim, que não sou um fundamentalista do futebol, não é só futebol.

Perguntavam-me num destes dias:
“E se um dia tiveres que fazer uma reportagem com o União?”.

Respondi franca e simplesmente: “Não faço!”.

A partir de agora consigo perceber aquelas pessoas que dizem que amam um clube. Mas, continuo a ser não fundamentalista do futebol.

Percebo, agora, essas pessoas, porque se aquilo que eu senti neste domingo é aquilo que essas pessoas sentem, então, eu entendo-as, a partir de hoje.

Isto mexe connosco. Com o nosso mais íntimo.

Não é apenas futebol.

É a vida inteira, as ruas, o Jardim, o Campo da Feira, o rio, o Cevadeiro, as lembranças boas, quando íamos na carrinha do Farinha, que trabalhava na Atlas Copco, para todo o lado onde o União fosse, aos domingos.

Os meus pais iam beber café ao Cá-Te-Espero e depois seguiam todos dali para Mafra, Bucelas, Torres Vedras, para todo o lado. Eu ia com eles, sempre. Usava-se aqueles chapés de sol feitos em cartão, como os dos chineses antigos, que se prendiam ao pescoço com um fino cordel, como o da memória.

É materializar, através do futebol, a alegria de reviver uma tarde de domingo.

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A diferença mais vincada é que já não brincamos às guerras, já não lanço granadas, já não estilhaço o vidro da sala das irmãs idosas, e já não fujo do meu pai. Abraço-o.

Até me abracei a ele, no fim do jogo. E chorámos.

Nenhum de nós alguma vez havia visto o que ali aconteceu.

Nenhum de nós, os que estiveram ali, nesta tarde de domingo.

Nunca ninguém na vila tinha vivido tal coisa.

Nunca tinha acontecido.

Fomos a penalties, eles falharam.

Se marcássemos estávamos na Liga Profissional.

Eu gosto do Campo do Cevadeiro porque tenho lá essas memórias bonitas, que me acompanham ao longo da vida.

Também gosto porque é mesmo em cima do relvado, à antiga, Old School.

Sente-se o bafo da Piranha.

Estivemos na frente.

Eles empataram.

Colinho.

Fomos para prolongamento.

Estava com receio do prolongamento.

O meu filho tem treinado com a equipa e disse-me que estava a ser complicado recuperar alguns jogadores. Estamos no fim da época. Tinha um receio que não me matou a fé.

Aliás, deve ser a única época, em Portugal, que ainda não acabou.

Acaba domingo, no Jamor.

Mais uma tarde de domingo, portanto.

A época ainda decorre e,  depois, se quiserem arranjem o campo e montem uma equipa profissional em meia-dúzia de dias e é se querem. Senão tchau!

Mas, isto são coisas da bola, foi só um desabafozinho.

Falhámos o primeiro penaltie. Bateu no poste.

Eles marcam.

Nós marcamos.

O nosso guarda redes defende.

“Este vai mandar para a Marinha”, diz-me alguém junto de mim.

Nesta altura o meu filho já estava ali, comigo.

A minha mãe e o meu pai, eu vi-os.

“Este vai mandar para a Marinha”.

E, ele mandou para a Marinha.

O meu filho agarrou-se a mim, com lágrimas nos olhos.

“Vai Wilson”!

“É agora, marcamos e estamos na segunda liga”.

É aqui que revivo o jogo daquela altura, com o Vitória de Guimarães.

O Neno defendeu o penaltie.

Naquela altura não havia telemóveis.

Liguei o modo vídeo e comecei a gravar.

Wilson ajeita a bola, na marca.

O guarda redes tenta distrair.

Wilson ajeita melhor.

Dá quatro passos atrás.

Olha para a bola.

O árbitro apita.

“É agora”, voltei a ouvir.

Wilson corre para a bola, pica os pés na relva, como que numa falsa lentidão.

O guarda redes já começa o vôo para o seu lado direito.

Wilson acelera e bate a subir, para o lado esquerdo do guarda redes.

Como costuma fazer nos treinos.

O que aconteceu a seguir?

Está neste vídeo. Veja...

 

Fui engolido e arrastado, como que em levitação feliz, para dentro do relvado.

São assim, as tardes de domingo, damos connosco, de novo, ali dentro, como quando invadíamos o pelado, no intervalo dos jogos dos séniores. Pó e golos por todo o lado.

Quando o Wilson partiu para a bola dei comigo a ver o Vitor Rosa a tentar bater o Neno.

Mas, no momento em que rematou a bola, para o lado contrário do guarda redes, quem eu vi foi o Wilson.

E, o meu filho agarrou-se a mim e eu a ele, a chorar:

“Já está, já está, pai”!

Um Piranha, é o que é!

Acho que o Cevadeiro chorou de alegria, sem limites.

Deixei-me ficar por ali, a gozar o momento.

Fui dar uma abraço aos jogadores a quem tinha prometido o abraço.

O mister, conhecemo-nos, profissionalmente, há uns vinte anos.

Aquilo que ele me disse fica entre nós.

O que se passa no Cevadeiro fica no Cevadeiro.

 

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O meu pai chorava de alegria. Um Unionista.

Deixei-me ficar por ali, a gozar o momento.

Sentei-me na bancadas, já com o meu isqueiro, guardado pelo simpático segurança. Acendi um cigarro e fiquei a observar.

Só consegui dizer duas coisas àqueles que abracei, amigos, família, jogadores, treinadores, dirigentes:

“Obrigado” e “olhem para esta gente tão feliz, hoje é um dia feliz”.

Quando voltamos a ser miúdos e a estar dentro do campo do Cevadeiro é voltar a ser muito feliz. Foi um dia feliz.

Hoje, ao acordar, ao acordarmos é que dei e demos conta do que nos aconteceu, dentro de nós, a comunhão, a força, a coragem, a união, a nossa amada vila.

Puxei uma passa, saboreei o fumo na garganta, soltei-o, respirei fundo e voltei pra casa.

Pelas mesmas ruas.

Só que agora já não fui jogar, no nosso campinho com piso em paralelo, na rua de trás, junto à linha do comboio.

As senhoras idosas já não moram na casa grande, junto ao largo onde os bombeiros guardavam os botes salva-vidas, já não brincamos à guerra, nem ao touro, os vidros das janelas estão garantidos, o meu pai já está em casa, depois das emoções.

Nesta viagem de regresso as ruas da vila parecem-me mais frias.

O fim do domingo encerra sempre alguma nostalgia em nós.

Começa a ouvir-se o som de buzinas.

Já há gente no Largo da Câmara. Diz que a equipa vai dar uma volta à vila, num autocarro descoberto.

O Facebook mostrou-me esses momentos, em directo.

Fantástico “mundo novo”.

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Eu vim para casa.

Parecia que tinha andado uns cinquenta quilómetros, durante todo o dia. Amassado, mas feliz.

Atravessava a ponte para o lado de cá, quando recordei a viagem que tinha acabado de fazer.

Uma viagem que durou uma eterna tarde de domingo.

Lembrei-me dos que deviam estar aqui, junto de nós, a cantar União.

Publiquei uma homenagem, no meu perfil. Uma sentida homenagem aos que não estão ao pé de nós, mas estão sempre connosco.

Tudo isto que estamos a viver eles também estão, no céu, com cachecol ao pescoço e bandeira nas mãos morenas.

Agora percebo aquelas pessoas que vivem os seus clubes como parte sua.

Na próxima época não posso ir tanto à bola.

Desgasta os nervos.

O campeonato é profissional e assim passamos a ter uma relação diferente, por força da minha actividade profissional. Outro registo.

Mas, sou União, até morrer.

Porque isto não tem a ver com futebol.

Isto tem a ver com uma viagem, pelas ruas da vila.

A viagem termina domingo, com a final do Jamor.

Depois, remeto-me ao recato.

Dá na televisão, vejo em casa.

Prefiro assim.

Até porque, dificilmente, haverá outra viagem como a desta tarde de domingo.

Isto é uma crónica sobre futebol, até porque o golo do empate é carga sobre o nosso guarda redes. Foi mal validado e prolongou o nosso sofrimento, mas dei mais alegria à nossa alegria.

Só por isso é que é uma crónica sobre futebol, senão não era.

 

 

 

 

 

17.06.19

UNIÃO – UMA VIAGEM AO SONHO - (PRIMEIRA PARTE)


The Cat Runner

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Há domingos que ficam para sempre dentro de nós.

A magia das tardes de domingo.

Costumava ir com a minha avó, aos domingos à tarde, passear no Jardim.

Levava-me a ver o rio, de mão dada, os patos e os macacos, os pavões e os Porquinhos-da-Índia, comprava-me torrões de Alicante  e Jorgelins e algodão muito doce e seco. Ainda lhe sinto o cheiro redondo e açucarado a entrar-me pelas narinas.

As tardes de domingo são especiais e há domingos que ficam para sempre dentro de nós.

Nunca fui grande jogador de futebol. Era gozado pelos meus amigos, ainda hoje somos amigos, por achar que jogava bem. Não jogava. Continuo a não jogar.

Mas, joguei no União. Quando era Escolas e Infantil.

Todos nós jogámos no União. Até mesmo aqueles que nunca lá jogaram.

Todos somos União, os que são da vila.

No Cevadeiro mandamos nós.

É assim, desde que me lembro.

Neste domingo almocei cedo e decidi sair, sozinho.

Conduzi até à vila, que é cidade. Faltavam duas horas para o jogo, meia hora para abrir o portão.

Não vivo na vila há anos. Mas, a vila vive em mim, todos os dias, há muitos anos, desde sempre.

Estou apenas a um atravessar de uma ponte. O nosso rio.

De tempos a tempos, conforme se-me impele, dou comigo a caminhar nas ruas onde pareço parar no tempo.

Estacionei junto ao Museu e comecei a caminhar pela rua do antigo quartel de bombeiros.

A magia que aquilo me mostrava, quando a sirene tocava e os bombeiros desciam, escorregando, agarrados àquele tubo mais alto que Santanás. Nós, embasbacados, cá em baixo, a olhar, olhos arregalados e com uma secreta admiração por aqueles homens.

Aos fins de semana havia baile no salão dos bombeiros. Soirées aos sábados e matinés aos domingos. 

Ali à frente, no largo onde era a garagem dos barcos do ISN e dos bombeiros, na esquina do lado esquerdo, viviam umas senhoras de idade.

Pessoas de classe abastada, que naquela altura a vila tinha muitas famílias abastadas e muitas pobres.

Foi ali que vivi um dos maiores apertos da minha infância.

Viemos de ver o União e resolvemos ir brincar às guerras.

Aquilo só acontecia porque naquela altura a guerra fazia parte das notícias, de onde nunca saiu. Éramos miúdos. Tinhamos metralhadoras, pistolas e latas de tinta vazias. E, liberdade, que só as tardes de domingo conseguem transmitir-nos.

Atirei uma dessas latas de tinta, que era uma granada imaginária potente, tão potente que estilhaçou o vidro da janela da sala das senhoras de idade. Eram irmãs.

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Pensava que não me viam, a mim e aos meus camaradas de armas, escondidos naquele monte de areia retirada do rio, junto à betoneira, das obras que estavam a reparar a fachada do armazém dos barcos do ISN.

Fugimos para a rua de trás, junto à linha do comboio.

Era lá que tínhamos o nosso campinho, com piso de paralelo, marcado com uma tinta amarelo-gema de ovo. Quando bater no muro é fora, gritávamos, como que a definir uma regra que todos conheciamos!

Parece que ainda o vejo, o Vitor Rosa, capitão, a deambular pelo pelado do Cevadeiro fora, braços abertos, a trote, a conduzir a bola, com afecto.

Um capitão, de bigode, é um homem com pés generosos.

Nós gostávamos dos jogadores da primeira divisão, mas também dos do nosso clube.

Havia jogadores que eu adorava ver, o capitão, o Joaquim Lobo, o Murtinheira, sou desse tempo.

Na rua de trás imaginávamos que estávamos no Cevadeiro a fazer remates que nunca aconteceram.

Entretanto, chegou o meu pai, que aos domingos à tarde as notícias corriam rápido, na vila.

O resto depreende-se.

Pagámos o vidro e fui obrigado a entrar na sala de jantar das irmãs, para ver os estragos. Uma sala linda. Antiga.

Virei à direita, em direcção à passagem de nível do cais, que fica no entroncamento com a rua da rua do “Diversões”, o salão de jogos onde passávamos tardes inteiras a jogar aos matraquilhos, roda bota fora. Deixei para trás das costas uma guerra mundial travada com latas de tinta, vazias.

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Parei junto à passagem de nível, já com a praça de touros lá ao fundo.

Entreguei o bilhete ao “meu irmão”, dei-lhe um abraço e segui, tranquilo, emocionado.

À minha direita a rua onde havia o posto da PSP.

“Olha, o Zé, há quanto tempo que não te via!”, ouvi chamar lá do alto.

Tirei os phones, olhei para a varanda do prédio de dois andares.

Há anos que não falava com a Zézinha, a mãe da Lídia, que me viu crescer, a Zézinha e a Lídia.

“Gostei muito de a ver, um beijinho grande”.

“Um beijinho, Zé e que ganhe o nosso União".

Estranha, esta minha liturgia.

Aqui, no largo da praça de touros, era uma vez um campo de futebol, quando não havia Feira ou Colete Encarnado.

Era de cascalho.

Ali ao lado da praça o cemitério. Logo a seguir o Campo da Feira.

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O Campo da Feira também era de cascalho e de areia do rio.

Os meus avós vendiam na Feira, nas feiras.

Cestos de vime e verga. Eram cesteiros.

Levavam-me com eles para todas as feiras. Éramos quase nómadas, embor a sua oficina e loja fossem bem no centro da vila, numa das mais importantes avenidas.

Já nessa altura a fronteira, para lá da Praça de Touros e do Campo da Feira era marcada pelo Campo do Cevadeiro.

Do terreiro dos meus avós, na Feira de Outubro, só não dava para ver o campo, por causa do circo, que tapava a visão. E a pista dos carrinhos-de-choque.

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Este domingo, mais do que nunca, lembrei-me dos meus avós, que me embrulhavam em cobertores papa e me aconchegavam ao um canto da barraca, cheia de cestos, cadeiras, caixas, de vime e verga, feitos pelas suas mãos vividas.

Lá à frente é o campo do Cevadeiro, lugar mágico, onde vai terminar esta viagem de sonho.

 

(Continua... daqui a 1 hora )