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The Cat Run

Uma cena sobre corrida em geral e running em particular e também sobre a vida que passa a correr. Aqui corre-se. Aqui só não se escreve a correr. Este não era um blog sobre gatos. A culpa é da Alice.

The Cat Run

Uma cena sobre corrida em geral e running em particular e também sobre a vida que passa a correr. Aqui corre-se. Aqui só não se escreve a correr. Este não era um blog sobre gatos. A culpa é da Alice.

08.05.19

A LINHA HORIZONTAL


The Cat Runner

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Tudo na vida, bom, quase tudo na vida é uma opção individual.

Ir ou ficar. Calar ou falar. Pensar ou não pensar. Fazer ou não fazer. Escutar ou não ouvir. Correr ou não correr. Dormir ou ficar acordado. Ganhar ou não ganhar. Aprender ou falhar. 

Sentar-se num miradouro e contemplar.

Às vezes quando estamos a correr ou a praticar qualquer outro desporto enfrentamos um momento que é duro, ele passa pela fadiga, pelo stress mental e físico, pela sensação de desistência.

Façamos este pequeno e insignificante exercício:

Às vezes, na nossa vida, parece que estamos a correr ou a praticar qualquer outro desporto, porque também aqui enfrentamos esse momento que passa pela fadiga, pelo stress mental e físico, pela sensação de desistência.

Se este texto fosse um mind map ele tinha desenhado nele duas bolas, uma com a palavra vida e outra com a palavra eu.

Depois, uma linha horizontal ligava estas duas bolas.

A linha da superação.

Quando no momento de fraqueza, como em um instante mágico, sentimos que nunca é hora de desistir, de nada.

E, os pulmões abrem-se, o coração acelera, o aperto desaperta, viajamos e vamos lá à frente ver o que vai acontecer e voltamos.

Há até aqueles momentos em que questionamos uma série de coisas;

será que me senti quebrar porque fisicamente já não consigo?
Mas, depois, lembro-me das pessoas que correm aos 60 anos, de amigos que treinam Muay Thai aos 55 e a perspectiva começa a mudar.

Mudança.

Na cadência desta história podem entrar muitas variáveis, a mulher, os filhos, os pais, os irmãos, os amigos, os colegas de trabalho, o trabalho, as contas, a casa, um sem-número de variáveis.

Eis quando o prazer começa a ser encostado à parede (sem qualquer pensamento erótico-sexual ligado a esta frase).

É aqui que, para mim, a corrida e o exercício assumem o papel de juíz, o papel do equilíbrio.

Tempos houve em que pensava ser como outras pessoas e correr dez quilómetros bem a baixo da uma hora, depois isto, depois aquilo e, também aqui, a perspectiva começa a mudar.

São duas coisas, o exercício e a vida, que se fundem naturalmente.

A idade, a maturidade, a experiência, o caminho, a linha horizontal que une as dias bolas.

Às vezes é como se estivéssemos, preocupados connosco, a tentar correr dez quilómetros a baixo da uma hora.

E o prazer?

Tal e qual o mesmo prazer que sentem os mais rápidos e resistentes.

A vida só faz sentido se também for feita de prazer.

Muitas variáveis. Sempre muitas variáveis.

É uma espécie de post-it mental quotidiano.

Tem tudo isto a ver com a idade, a linha horizontal.

Outra parte da viagem.

Ou começos.

Aprendi que, se juntar aquilo que sinto enquanto corro ou caminho ao que sou e sei, sei que o mind map ainda tem espaço para mais linhas horizontais e mais balões.

É que eu já corri dez quilómetros a baixo da uma hora.

Até já corri uma maratona.