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The Cat Run

Uma cena sobre corrida em geral e running em particular e também sobre a vida que passa a correr. Aqui corre-se. Aqui só não se escreve a correr. Este não era um blog sobre gatos. A culpa é da Alice.

The Cat Run

Uma cena sobre corrida em geral e running em particular e também sobre a vida que passa a correr. Aqui corre-se. Aqui só não se escreve a correr. Este não era um blog sobre gatos. A culpa é da Alice.

29.04.18

NUNCA DESISTI DE NINGUÉM ( DIA 20 DA MARATONA )


The Cat Runner

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Vem aí a primeira corrida, desde Novembro.

A última vez que participei numa corrida, foi na meia maratona Running Wonders, em Castelo Branco.

Desde então tem sido uma caminhada no deserto, mais uma, que o meu caminho atravessa muitos desertos.

Dia do Trabalhador, feriado, um de Maio.

Está planeada desde Janeiro, quando começámos a preparação para a Maratona de Berlim.

Será o primeiro teste desta fase, que dura há quatro meses. O próximo, antes da maratona, será a meia de Guimarães, do circuito Running Wonders 2017.

Está feito o último treino, agora é descansar até terça-feira.

Eis, quando, senão, dou comigo em frente ao espelho a falar de mim para mim.

Apesar de ter o apoio do meu treinador, José Carlos Santos, do meu recuperador, Pedro Mimoso e do meu fisioterapeuta, Pedro Carvalho, a pergunta que faço ao espelho é se estou em forma?

Eu acho que não.

Mas, não tenho qualquer certeza.

Por um lado, os treinos correm entre o bom e o mau, alternada e aleatoriamente.

São bons, quando atinjo o objectivo do treino, suportando o meu nível de esforço.

São maus, quando atinjo o objectivo, mas pareceu-me uma punição.

Foi assim este meu último treino, antes da corrida do 1ª de Maio.

Durante os oito quilómetros a palavra desistir veio-me à cabeça uma meia-dúzia de vezes.

Acho que já devia estar mais rápido e já devia estar a custar menos.

Desistir da maratona, dos treinos, passar a correr só quando me apetecer e fazer outro tipo de desporto.

São as pernas, senhor, são as pernas.

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Se é inquestionável o bem-estar que elas sentem por não terem voltado a ter dores e, nesse aspecto estarem a cem porcento, começa a ser questionável, por mim, o peso que as minhas pernas ganham, quando corro.

Chegam a pesar toneladas.

Acredito que possa ser cansaço, mas deixo de acreditar nisso quando fiz massagem de recuperação na sexta-feira, descansei no sábado, corri apenas oito quilómetros este domingo.

Em teoria, devia estar leve, mas não, não consigo fugir aos tempos que tenho feito, sempre para lá dos seis minutos por quilómetro.

Parece que estou a começar, há uns anos.

A ideia de desistir só começa a dissipar-se na minha cabeça, quando, apesar de tudo, olho para o relógio e a muito esforço vejo que cumpri os patamares de cada treino.

Dia 1 de Maio vai mesmo ser um teste.

Com ou sem pernas pesadas vou tentar deitar abaixo esse rochedo que tenho dentro da cabeça e que se chama minuto seis.

Tenho, quero, correr os quinze quilómetros dentro desse ritmo, só assim terei a minha própria garantia que, nos cinco meses que faltam para a maratona hei-de lá chegar.

O meu treinador não tem dúvidas.

Descubra eu a fórmula mágica para tirar quilos à pernas e a ver-se não, por acaso não.

Pensei em desistir, mas depois lembrei-me que desistir não faz parte.

Desistir da maratona sería desistir de mim.

Nunca desisti de ninguém.