JÁ ESTÁ A DAR A GUERRA DOS TRONOS
Ainda estamos em liberdade.
Faltam oito minutos para o dia depois da revolução.
Os capitães já recolheram aos quartéis, por esta altura.
Nas redes sociais não morreu mais nenhum famoso.
A nova saga da Guerra dos Tronos assumiu o posto de comando, por volta das dez da noite.
Mas, ainda estamos em liberdade, pelo menos nos próximos cinco minutos.
E, se há coisa com a qual sou intransigente é com a liberdade, pese embora nos últimos anos ter sido obrigado a fazer algumas concessões, uma ou outra.
Mas, como diz a senhora dos programas, isso agora não interessa nada.
Ou talvez interesse, porque acabámos - estamos a minuto e meio - de celebrar a liberdade.
Os que por ela lutaram
Todos os que dela fazem uso.
Os que a defendem, enquanto tal.
Os que nem por isso.
Cliché, dizer que a liberdade até permite que a mal tratem, mal digam, um pouco como a democracia, que são coisas diferentes.
Não partilho desse ponto de vista.
Obrigo-me a aceitar quem não quer esta liberdade, apesar de ser a única que viveu, mas não aceito leviandades de tamanho calibre.
A liberdade permite-me isso; apontar aos que não a querem e, para algum espanto, não são em número tão reduzido como isso.
Não partilho este ponto de vista, porque apesar de ter vivido praticamente cinco anos em ditadura, tinha quase cinco anos (sempre fui muito precoce), é desse tempo que tenho memórias mais frescas.
Se fosse do Entroncamento era um fenómeno.