Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

The Cat Run

Uma cena sobre corrida em geral e running em particular e também sobre a vida que passa a correr. Aqui corre-se. Aqui só não se escreve a correr. Este não era um blog sobre gatos. A culpa é da Alice.

The Cat Run

Uma cena sobre corrida em geral e running em particular e também sobre a vida que passa a correr. Aqui corre-se. Aqui só não se escreve a correr. Este não era um blog sobre gatos. A culpa é da Alice.

10.03.16

NETWORKING EMOCIONAL EM PASSO DE CORRIDA


The Cat Runner

FullSizeRender-1.jpg

 

Os homens dizem que a fé move montanhas. E move.

Pois eu digo que a corrida move a fé e ajuda a contornar as montanhas. As mais altas e intransponíveis.

A corrida ensina-me que depois de cada montanha alcançada outras estão pela frente, uma após outra.

É disso que é feita a vida.

E se uma montanha se agiganta perante a nossa humilde baixa estatura - no Universo é assim -, a próxima talvez se apresente um pouco mais suave, menos inclinada.

É disso que é feita a vida.

A corrida trouxe-me algumas lições, que deixam marcas que eu gosto.

É tudo uma questão de experiência.

Ainda ontem, depois de um treino de Muay Thai, conversava com pessoas que sabem sobre a ciência do treino.

Falávamos sobre corrida.

Passei um bocado por maluco, senti, por breves momentos.

Perguntava-lhes eu se alguma vez sentiram, enquanto correm, os olhos a fecharem-se, quase que "correr a dormir".

Olharam um para o outro, abanaram a cabeça em simultâneo, encolheram os ombros, com um ou dois segundos de diferença.

Não creio que me tenha explicado bem.

Queria dizer que isto, para mim, a corrida, a corrida para mim é ir e voltar a vários pontos da minha imaginação.

Não consegui passar a mensagem.

Mudámos de assunto, até porque não era aqui que queria chegar.

Onde é que eu quero chegar?

Aqui mesmo, agora sim.

Começa a ser "normal" (normal entre aspas soa a contradição) perguntarem-me se parei de correr.

Quando digo que corro todos os dias parecem acreditar, mas assim, pouquinho.

É verdade, continuo a correr todos os dias, uns mais, outros menos.

E continuo a ir às corridas.

A coisa funciona quase como uma tatuagem, depois de te marcar não sai mais da alma.

E continuo a fazer o mesmo que fazia - mais o Muay Thai - não apenas pelo prazer que o acto de correr me transmite.

Faço-o também porque as corridas, nestes quatro anos, fizeram-me conhecer pessoas, novos amigos, gente que partilha o prazer, o prazer de viver e de correr. Dois prazeres. Duas dádivas.

E é algo que continua.

A vantagem tem a ver, sobretudo, com o facto de gostar de correr e juntar a isso interesses, sejam pessoais, profissionais, interesses sem a carga pesada que a palavra encerra.

O chamado networking. A corrida é fazer networking. Não pode haver dúvidas.

Mas, não é apenas uma cadeia natural e genuína de ligações e interesses normais, profissionais, de desenvolvimento de ideias, de confluência de opiniões e posições.

A corrida também é networking emocional.

Conclui esta noite.