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The Cat Run

Uma cena sobre corrida em geral e running em particular e também sobre a vida que passa a correr. Aqui corre-se. Aqui só não se escreve a correr. Este não era um blog sobre gatos. A culpa é da Alice.

The Cat Run

Uma cena sobre corrida em geral e running em particular e também sobre a vida que passa a correr. Aqui corre-se. Aqui só não se escreve a correr. Este não era um blog sobre gatos. A culpa é da Alice.

17.01.16

SINAIS


The Cat Runner

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(Foto by the Cat)

 

Uma página em branco.

É, provavelmente, uma das coisas mais belas que alguém pode ter à frente dos seus olhos, mal acabados de abrir.

Está imaculada, até ao momento da decisão. É livre, sem balizas ou espartilhos, para nela se escrever tudo, até uma vida inteira e para lá dela.

Passei estes últimos longos minutos a admirar esta página antes de me decidir a escrever nela.

Ainda, há momentos, ela estava possuída por um fascínio delicioso, antes mesmo de a começar a esborratar com estas linhas.

A beleza de uma página em branco, onde tudo podemos escrever, é tão só a mesma beleza da vida de alguém, de qualquer um de nós.

Porque a vida é construída por páginas.

Cada um de nós é um escritor.

 

07.01.16

ERA UMA VEZ UM RAMO COM CEM ROSAS


The Cat Runner

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Era uma vez…

Uma história que me contaram.

Reza mais ou menos assim:

Quando ela era pequena, diziam, porque os do seu tempo já por cá não andam, era uma mulher bonita, e bonita ficou mais ainda à medida que foi sendo mulher de um só homem, toda a vida, mesmo depois de ele ter ido embora nas asas de um anjo.

A sua beleza manteve-se inalterada ao longo do tempo, pelos séculos dentro.

Os contadores de histórias nunca se enganam e ao contrário dos humanos nunca mentem.

Os contadores de histórias não são humanos, são só contadores de histórias.

Dizem eles que passaram cem anos.

 

03.01.16

DIAS ANDADOS


The Cat Runner

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(Foto by The Cat) 

 

Hoje comprei uma agenda. Está em branco. Ainda.

Fico sempre ansioso por lhes mexer, abrir, olhar, sentir, às agendas novas, bem entendido.

Gosto de as conhecer antes de as usar e esta é diferente das outras - tenho-as quase todas guardadas e até um filofax castanho, em pele, lindo, que qualquer dia meto de novo a uso.

Cada página desta agenda nova e diferente corresponde a um dia, cada dia a uma semana, cada semana a um mês.

É a primeira vez que tenho uma agenda assim; uma página para cada dia.

Poderei escrever muito e à vontade.

Nestes tempos novos não dispenso o tablet, nem tenho como, o computador, o smartphone, preciso deles, mas preciso de uma agenda, de capa preta.

Preciso de sentir a tinta em contacto com o papel, página a página, linhas trocadas, ao sabor dos movimentos que lhe imprimo.

Preciso de riscar, de escrever com outra cor por cima, de riscar de novo, de deixar riscado, às vezes. Às vezes gosto de passar três ou quatro traços de um canto ao outro da página, como que a dizer: não te rasgo, mas não te ligo. Bitch!