A MAIOR SUPRESA DA CONDIÇÃO HUMANA
Conheço a Mafaldinha há mais de dez anos.
Conheço-a bem, somos amigos, temos uma enorme estima um pelo outro. Não é difícil ser amigo dela.
Tudo começou quando recebi uma mensagem dela, corria - lá está, corria, correr - o ano de 2004.
Eu tinha acabado de começar - escrito assim mesmo - um negócio que quase me arruinou a vida, literalmente.
Armei-me em cozinheiro e abri um restaurante. Montei-o de raíz e tudo ali tinha uma história e uma explicação.
As paredes castanhas que eram a minha Lezíria, as paredes azul-claro que eram o meu rio Tejo, uma parede que suportava um texto gigante escrito por mim, no qual explicava quem foi Sancho Pança. Era assim que se chamava o meu restaurante que era o mais bonito da vila e o mais perigoso, porque quase me arruinou a vida.
Só que eu gosto de renascer, das cinzas, sobretudo, em tudo; nos negócios, nas relações, no trabalho, no exercíco, nas amizades. Sempre que me deitam ao chão ou sempre que caio por culpa própria costumo levantar-me.
Sempre foi (fui) assim.
Depois de conhecer a Mafaldinha passei a ser ainda mais assim.