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The Cat Run

Uma cena sobre corrida em geral e running em particular e também sobre a vida que passa a correr. Aqui corre-se. Aqui só não se escreve a correr. Este não era um blog sobre gatos. A culpa é da Alice.

The Cat Run

Uma cena sobre corrida em geral e running em particular e também sobre a vida que passa a correr. Aqui corre-se. Aqui só não se escreve a correr. Este não era um blog sobre gatos. A culpa é da Alice.

30.04.15

ORDEM DE PRISÃO


The Cat Runner

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Devo começar com um pedido de desculpas.

Depois de ter criado uma regularidade, no que aos posts diz respeito, nas duas últimas semanas a periodicidade em termos de produção caiu. Reconheço.

Mas tudo tem uma explicação.

Esta vida de marinheiro não é fácil.

Falei no último texto de uma base naval imaginária, onde corro, normalmente e, curiosamente, ontem mesmo estive numa base naval, real, mas não corri. Tinha corrido de manhã. Azar.

 

30.04.15

AS GAZELAS DO QUÉNIA


The Cat Runner

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                                 ( Foto: The Time ) 

Desde que comecei a correr tenho lido, googlado, visto vídeos, tenho pesquisado sobre a corrida, just for pleasure. just for fun.

Tenho descoberto coisas incríveis e deliciosas.

Uma delas é o vídeo ( documentário ) que se segue.

Bem sei que quem lê, vê ou ouve gosta de soundbites, mas este vídeo merece ser visto. Por quem gosta de correr e por quem não corre mas gosta de histórias de vida com final feliz.

Dura cinquenta e poucos minutos. Conta a história do melhor runner de sempre nos 800 metros.

A partir desta historia ficamos a conhecer o segredo dos quenianos mas, ficamos a conhecer um homem incomparável. Imaginemos Moniz Pereira, no Quénia, toda uma vida.

Ele é padre, reformado ( irmão ), e professor na St. Patrick School, uma escola da missão católica a que o irmão O´Connell pertence, em plena savana.

As filmagens deste documentário demoraram dez anos a realizar, desde que o irmão e treinador da maioria dos campeões do mundo e olímpicos conheceu David Rudisha, tinha ele 16 anos.

Espero que goste.

É uma história.

 

 

 

28.04.15

CORREDOR QUASE MARINHEIRO DE GUERRA


The Cat Runner

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                                    ( Foto by the Cat ) 

Hoje fui correr.

Ontem não. Ontem os gémeos estavam desesperados. Este mês vão com duzentos quilómetros. Parou!

Esta semana vai ser só corrida curta.

Soltar as pernas, ganhar velocidade, recuperar com mais facilidade, já que recuperação parece ser uma palavra que desconhecia, até ao momento.

Faz sentido, se for mais rápido por quilómetro, durante menos quilómetros, quando chegar o momento de distâncias mais longas elas serão (detesto usar este tempo verbal) também mais rápidas.

Hoje fiz oito quilómetros.

 

25.04.15

A MARIA E ABRIL


The Cat Runner

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Todos os anos, neste dia, desde que existem as redes sociais, conto a mesma história.

No dia 25 de Abril andava à roda. Era uma quinta-feira. Nessa altura andava à roda às quintas-feiras. Era o sorteio da lotaria.

Não me lembro se há 41 anos chegou a haver sorteio, mas andou à roda.

Nessa quinta-feira, como habitualmente, era dia de ir à escola.

Eu andava na segunda classe. Fiz a primeira classe em um dia e saltei logo para a segunda. Era muito inteligente, dizia a professora. Recordo-me das sardas que tinha na cara.

Nessa altura andava nas piscinas. Nas piscinas municipais funcionava uma escola, nessa altura. As piscinas só enchiam de gente nos meses de Verão, quando a escola terminava.

Só depois fui para a escola do Bacalhau, na vila, onde andou a minha mãe e os meus filhos.

Nessa altura, em que eu andava na escola, nas piscinas, só era obrigatório estudar até à quarta classe. Os professores estavam autorizados para agir com autoridade, precisamente. Nunca me confrontei com professores assim. Recordo-os(as) a todos(as) no coração. Mas, tinhamos que saber os nomes dos rios, das estações de combóios, das Colónias e das províncias.

Os homens ainda iam para a guerra.

 

25.04.15

AS CRIANÇAS DA LIBERDADE


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                                     ( Foto by Luiz Carvalho) )

 

Este é o primeiro mês da Liberdade deste blog e o segundo mês de vida. Um mês um convidado. No mês passado pedi a Alexandre Évora para escrever. Este mês, hoje, hoje mesmo, 25 de Abril, pedi a um dos fotógrafos da Revolução para nos deixar a tinta negra o olhar brilhante daquele dia.

A crónica que se segue é assinada por Luiz Carvalho, o autor da foto que acabou de ver e que foi tirada naquela quinta-feira, 25 de Abril do nosso contentamento. Era ele um "miúdo". Os miúdos de Abril.

Obrigado, muito obrigado, Luiz Carvalho. 

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Abril está a passar por aqui. Este blog cheira a liberdade.

Viva a Liberdade

 

Luiz Carvalho 25 Abril 2015

23.04.15

GOOD MORNING COM UM SORRISO NA CARA


The Cat Runner

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 Eu acho que aquilo que nós (seres humanos) mais precisamos são histórias de superação.

São elas a lenha que alimentam a fogueira de cada um.

Também acho que precisamos de histórias que nos atirem por terra. Só assim conseguimos perceber que não andamos com os pés na terra, embora tenhamos essa permanente sensação.

Há dois anos o mundo chocou de frente.

Dia 15 de Abril de 2013, dez para as três da tarde, duas bombas explodem na rua Boylston, em Boston, bem próximo da meta da maratona.

Morreram três pessoas, centenas ficaram feridas.

 

20.04.15

DE LAMPEDUSA A AUSCHWITZ


The Cat Runner

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Hoje é um daqueles dias em que era fácil escrever um texto no blog.

Hoje todos os olhos e corações estão no Mediterrâneo. Hoje todos sabemos que há um sítio, não muito longe, que se chama Lampedusa. Mas, hoje, eu não vou escrever sobre o drama que tentámos não ver, até hoje.

As redes sociais estão cheias de considerações moralistas e acusatórias, cheias de fotos chocantes. O ecrã do computador parece exalar cheiro. O cheiro da morte.

Por isso prefiro de partir da morte para chegar até à vida.

Descobri uma vida que me surpreendeu. A vida de Sylvia Weiner.

Descobri-a por causa da maratona de Boston.

Ela foi a primeira mulher na história a ganhar a divisão Masters na maratona de Boston, isto não era de relevo, não tivesse Sylvia 84 anos. Mas, nem mesmo facto de ter 84 anos e correr a maratona – eu não consigo e tenho metade da idade dela – retira aquilo que aqui me trás: a vida e a morte.

Sylvia Weiner diz que correr lhe salvou a vida.

Em 1942, Sylvia tinha apenas doze anos. Nesse ano de dor e morte ela foi separada dos sete irmãos e dos pais. Eles foram metidos como gado dentro de carruagens carregadas de gente rumo a Treblinka. Ela nunca mais os viu.

Treblinka é um lugar que cheira a morte.

Sylvia conhece o cheiro da morte. É o mesmo cheiro em Majdanek, Auschwitz e Bergen-Belsen. Ela viveu lá a fase mais bonita da vida, quando crescemos, na fase mais horrenda da humanidade.

“Quando chegámos a Auschwitz conseguíamos sentir o cheiro da carne humana queimada, no ar”.

Por razões que ainda hoje desconhece, Sylvia Weiner foi poupada pelos loucos que eram comandados por um louco profundo.

Foi-lhe poupada a vida, mas só isso.

Jamais alguém esquecerá que andou sobre corpos de centenas de mortos à procura de roupas que pudessem ser aproveitadas.

Sylvia esteve em vários campos de concentração, onde morreram milhões de pessoas às mãos do regime nazi, nojento, abjecto, insano.

Foi em Bergen-Belsen que conheceu  uma jovem holandesa que lutava a dobrar pela vida. Anne estava muito doente. Tinha febre tifóide. Elas dormiam no chão sem colchão nem cobertor. Havia piolhos e ratos por todo o lado.

Sopa – uma àgua suja a fingir sopa – era o único alimento, como se o horrível alimentasse mais do que almas cruéis.

Estavam juntas quando Anne morreu.

Estavam ambas cercadas pela morte. Viver era quase impossível.

Só dez anos depois, já em Montreal, é que Sylvia Weiner ouviu falar de um diário de uma rapariga.

O Diário de Anne Frank.

“Meu deus, esta é a Anne”.

Foi apenas nesse momento que percebeu que aquela tinha sido a sua melhor amiga no campo da morte.

Syilvia divide-se e à sua vida entre Montreal e Miami.

Foi no Canadá que casou e foi lá que teve os três filhos. Foi lá, que sem nunca conseguir, tentou levar aquilo a que chamamos uma vida normal. As memórias e o cheiro da morte nunca a deixaram. Costumava ter pesadelos e depressões frequentes.

Esta mulher, uma lutadora da vida, com 84 anos, passou os últimos 50 a correr. Raramente ela perdeu um dia de corrida. Há 50 anos que acorda bem cedo. Os amigos esperam-na à porta e juntos correm entre seis a oito quilómetros todos os dias.

“Nós vamos devagar e conversamos sobre tudo, menos política”.

Há 40 anos, em 1975, quando a maratona de Boston reconheceu pela primeira vez homens e mulheres vencedores na classe Masters, foi Sylvia Weiner, de origem polaca, quem conquistou o título. Correu três horas, 21 minutos e 38 segundos. Tinha 44 anos.

Foi esta vida recheada de corridas que lhe fez renascer o espírito e lhe lavou a alma, ao ponto de parar de tomar a medicação que lhe evitava os pesadelos e a ajudava a dormir.

“Eu quase tinha vergonha porque eu corria muito, de mais. Eu tinha uma vontade tão forte de sobreviver, naquela época eu precisava de correr muito. Era a única mulher a correr em Montreal e a maioria das pessoas dizia que eu era louca”.

Nas décadas que se seguiram, Sylvia continuou a correr maratonas.

Parou de correr como corria quando fez 75 anos.

Agora, aos 84, faz uma ou duas maratonas por ano, mas é o seu passeio diário que mais lhe importa.

“Correr salvou a minha vida. Primeiro Deus, através do milagre da minha sobrevivência no campo de concentração. E, em seguida, a corrida.  Sem correr, a minha vida tinha-se desmoronado como um castelo de cartas”.

Hoje é um daqueles dias em que era fácil escrever um texto no blog.

Hoje todos os olhos e corações estão no Mediterrâneo. Hoje todos sabemos que há um sítio, não muito longe, que se chama Lampedusa. Mas, hoje, eu não quis escrever sobre o drama que tentámos não ver, até hoje.

Tinha sido a opção mais fácil.

 

 

 

 

 

20.04.15

AMIZADES ETERNAS E CORRIDAS SEM FIM


The Cat Runner

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                                   ( Foto by The Cat) 

 

 Eu corro atrás de sonhos. Sem vergonha de o dizer.

Ouço música, enquanto corro atrás deles. Como agora.

Eu escrevo como sonho.

Não me interessa a conversa do lado de fora, o ruído é ensurdecedor.

Não me interessa, aqui, defender pontos de vista, discutir opiniões, ouvir as verdades de cada um. Não me interessa justificar.

Gosto a cada dia que passa, cada vez mais, de ter este blog. Dá-me cada vez mais prazer escrever aqui.

 

17.04.15

ACORDAR PARA A CORRIDA


The Cat Runner

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Há cada vez mais pessoas à procura do prazer da corrida.

Está a ser assim um pouco por todo o planeta.

Basta correr na rua e reparar, basta espreitar as redes sociais.

A corrida não é apenas uma boa realidade, ela aproxima cada vez mais pessoas, cada vez mais as pessoas.

O Instagram, por exemplo, tem-me surpreendido.

Abri o perfil ao público, de cada vez que coloco uma foto de uma corrida junto-lhe alguns hastags e, neste momento, por causa da corrida já conheço pessoas do Alaska, da Coreia (do Sul), dos EUA, da Indonésia, da Finlândia, da Rússia, de várias cidades lá longe, de vários países, de vários continentes.

 

15.04.15

THE ULTIMATE GOAL


The Cat Runner

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This is the time that any runner waiting for.
Cross the line. The ultimate goal.

Then there is always many more lines to cross over.

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