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The Cat Run

Uma cena sobre corrida em geral e running em particular e também sobre a vida que passa a correr. Aqui corre-se. Aqui só não se escreve a correr. Este não era um blog sobre gatos. A culpa é da Alice.

The Cat Run

Uma cena sobre corrida em geral e running em particular e também sobre a vida que passa a correr. Aqui corre-se. Aqui só não se escreve a correr. Este não era um blog sobre gatos. A culpa é da Alice.

23.06.15

UMA LUZ AO FUNDO DA PISTA


The Cat Runner

IMG_4568.JPG

 

Foto by the Cat

 

Quase toda a vida fui um comodista. Acho que figurei na mundialmente conhecida lista dos maiores comodistas do mundo.

Ainda me lembro, como se fosse hoje, de a minha mão me levar à cama, todos os sábados, o jornal desportivo e o pequeno-almoço.

Acho que se pudesse ela continuava a cumprir esse ritual mas também acho que não lhe dá jeito fazer todos os sábados sete quilómetros para cada lado, agora que estamos na era da tecnologia.

Já pouco leio jornais em papel e já não durmo sózinho.

Hoje em dia já só sou uma sombra do comodista que fui.

Provavelmente, nos tempos que correm, se precisar de alguma coisa do frigorífico e sem alguém estiver na cozinha não me vou levantar; peço.

São resquícios.

Era por isso difícil imaginar-me a praticar desporto com alguma intensidade, cada vez mais e mais prazer, comigo próprio. Coisas que ando a descobrir.

Ao longo destes 3 anos e meio que corro já me fartei de ler sobre todos os aspectos da corrida, já criei um blog no qual falo maioritariamente de corrida - já se deve ter notado -, já corri meias-maratonas e provas mais curtas, já mudei de ténis duas vezes - que a vida não está para grandes caprichos.

Gostava de ter um par de ténis, em especial, de uma marca que não uso e um destes dias vou tê-los, aos ténis, ao par. Adiante.

A corrida modificou-me enquanto ser com pernas e cérebro.

Fui-me descobrindo, ao meu corpo, fui conhecendo os meus limites, não todos, ainda e acabei por me tornar em alguém mais tranquilo, ponderado, mais controlado, não sei se mais inteligente a lidar com as situações, com as corridas, mas seguramente mais elegante, ai isso sim.

Chegado aqui, chegado aqui desta forma, correndo - corro em média 180 quilómetros por mês que é quase nada para quem corre - encontrei uma espécie de parede.

Um bloqueio.

Por muito que tenha lido, conversado sobre, estudado, treinado, o corpo pede qualquer coisa diferente.

Já me ralhou quando questionei como ia agora continuar a correr.

Nunca me passou, nem passa pela cabeça alguma vez parar de correr, de forma voluntária.

É um bloqueio emocional e físico.

O corpo bloqueou neste registo de treino e a cabeça começa a concentrar-se de forma indevida.

A corrida continua a ser o meu momento kit-kat do dia mas sinto que não estou a evoluir, embora esteja a correr mais rápido e a aguentar mais a corrida. Mal sería se assim não fosse.

Os especialistas - termo genérico para nomear alguém de quem não nos lembramos o nome ou função - aconselham, chegado a esta fase, intercalar a corrida com outro tipo de treino.

Uma luz ao fundo da pista.

Na foto, curiosamente, era um carro em plena pista, juro.

Na verdade, uma luz ao fundo da pista. Bingo!

Por incrível que pareça o ginásio não entrou neste input imediato, nem depois, muito menos depois.

Quando pensei no que fazer, como alternativa, o ginásio ficou imediatamente de fora das ideias.

Nada contra, antes pelo contrário.

Só não acho que seja para mim, neste momento, nesta fase em que já vou com idade avançada.

É hora de jogar, por isso, à defesa, sendo que a o ataque é a melhor defesa, dizem os especialistas - já expliquei em cima o que quer dizer.

Decidi começar a praticar Muay Thai.

Comecei hoje, terça-feira.

Continuo esta quarta-feira e só vou parar na sexta.

Sábado vou descansar de mim próprio.

Hoje corri muito pouco e dêem-me os deuses força nas pernas para continuar a correr até sexta, é o que peço.

Sou modesto a pedir.

Domingo tenho uma prova de dez quilómetros ( http://xistarca.pt/eventos/corrida-do-arroz ).

Isto parece giro mas não dá para tudo.

A prova é pela manhã, dez e meia, na charneca da Lezíria, onde o sol reflecte no chão e aquece toda a planície.

São já 45 ampolas, como canta o Carlão, ele canta 40, mas isso é ele.

Não dá para tudo.

Agora, o incrível é o que me aconteceu durante o dia, durante esta terça-feira, depois do meu primeiro treino de Muay Thai.

Todo o santo dia, até agora, pelo menos.

E o que me aconteceu no treino.

Surpreendente.

Incrível o que aconteceu!

Mas, isso fica para o post seguinte.

Agora vou registar a corrida curta, que é como quem diz: corri porque faz parte, seja muito, seja pouco. Faz parte!

Apenas isso.

 

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