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The Cat Run

Uma cena sobre corrida em geral e running em particular e também sobre a vida que passa a correr. Aqui corre-se. Aqui só não se escreve a correr. Este não era um blog sobre gatos. A culpa é da Alice.

The Cat Run

Uma cena sobre corrida em geral e running em particular e também sobre a vida que passa a correr. Aqui corre-se. Aqui só não se escreve a correr. Este não era um blog sobre gatos. A culpa é da Alice.

12.05.15

CASUAL CHIQUE


The Cat Runner

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Está quase a começar a minha aventura.

Vou correr, pela primeira vez no estrangeiro, na América. A Terra Prometida (nunca percebi a quem).

Se eu fosse mais novo juro que pensava mudar de vida e de sítio para viver. Se tivesse menos uns 150 anos.

Sempre tive um fascínio por cidades criadas a régua e esquadro, por casas coloridas e de dois andares, com jardins em redor.

Quem viu a série Weed sabe do que estou a falar.

Ou em cidades como Nova Iorque, onde a vida vive-se segundo a segundo.

Já vivi na África do Sul. Isso já.

Na cosmopolita Joanesburgo, no deserto de Majuba, no Transvaal, no Sul, no Cabo, já vivi por aí, mas nessa altura nem corria nem era jornalista nem era um homenzinho.

Vivia por aí.

Também já me imaginei numa daquelas casas grandes, estilo colonial - mas todas modernas por dentro - rodeada por um bosque e com um jardim na parte da frente.

Miami, por exemplo, ou toda aquela costa, tem casas na praia de fazer cair para o lado. Imagino.

Nunca lá fui, já estive para ir, mas tenho internet e vejo séries de tv. Imagino.

Esta quarta feira parto para a América.

Viagem profissional.

Há quem pense que vou para uma reunião de trabalho, há quem pense que vou representar a empresa onde trabalho, num evento mundial, há quem pense que vou recolher material da Volvo Ocean Race, para posterior tratamento editorial, há até quem pense que vou em férias.

Há gente para tudo. (Rir).

Vou acompanhar a largada da frota Volvo Ocean Race, rumo a Lisboa, a partir de Newport.

Vou fazer, como habitualmente nestas ocasiões, algum networking, trocar contactos, conhecer pessoas que estão a trabalhar nesta gigantesca operação, conhecer as dinâmicas da produção e o conceito, descobrir histórias, gravar pivots e acho que há uma ou outra festa.

Dress code: casual chique.

Por entre todos estes intervalos da chuva vou escrever todos os dias uma crónica ( ou mais ) sobre esta aventura.

Durante cinco dias, cinco crónicas.

Era Uma Vez Na América.

O título não é original, eu sei, mas serve muito bem.

Nós partimos de Lisboa, eu, o Carlos Rodrigues, o Rodrigo Moreira Rato - um fiel amigo e um dos maiores especialistas mundiais em vela-, o José Pedro Amaral e a Ana Colaço, pelas sete da manhã.

Lisboa - Munique. Munique - Boston. Boston - Newport.

Tenho tempo mais do que suficiente para colocar o que falta em dia e começar a escrever as crónicas.

A primeira vai começar às cinco da manhã.

É a hora marcada para o meeting point.

São crónicas que passam bem por diário de viagem. Com um princípio, meio e fim. Cinco dias.

Vou estar na cidade da vela mundial ou na cidade mundial da vela.

Uma cidade virada para o mar, americana, colorida, desenvolvida, bonita, limpa, uma "ilha", com muito cheiro a sal e a belo, a beleza tem cheiros.

Em Newport não há austeridade, para aqueles lados não há cá as merdas de dramas que por cá temos e vivemos e nos consomem por dentro.

Gente com outro nível.

Vou estar com pessoas muito interessantes, com atletas de elite, vou ver os barcos porque todos anseiam, mesmo os que não gostam ou não ligam à vela, porque trata-se de vela, mas trata-se de espectáculo. Isso garanto.

E vou correr. Todos os dias. Por percursos diferentes.

Durante cinco dias vou conhecer Newport a correr e também vou escrever sobe isso. Como não?

Os caminhos, as imagens, as pessoas, a temperatura, os mergulhos depois.

O Zé Pedro Amaral é o herói desta história.

Quando a empresa que tinha os direitos da VOR para Portugal entrou em processo de morte, José Pedro Amaral juntou-se com um parceiro, fizeram uma viagem relâmpago e de surpresa a Valencia.

Chegaram e disseram: nós queremos organizar a VOR em Lisboa. Estávamos em Dezembro.

Os boss não estavam preparados para discutir o caderno de encargos.

José Pedro e o sócio voltaram pouco depois.

Saíram de Valencia com a organização da Volvo Ocean Race nas mãos.

Tinham cinco meses para dar gás às máquinas.

A Volvo Ocean Race chega dia 18 à TVI24 e dia 25 a Pedrouços, Lisboa.

O Zé Pedro, refiro-me assim, a título pessoal e/ou o José Pedro, enquanto CEO da Urban Wind ( a empresa responsável pela VOR), também corre.

Já combinámos correr juntos, todos os dias, devagar, para admirar e gozar.

Se calhar vou convidá-lo para escrever uma crónica também. É homem para isso. Se consegui trazer a VOR para Portugal, num golpe de mão, com a mão conseguirá escrever um texto para o blog.

A minha próxima semana vai ser isto, basicamente.

Podia ser pior. Tirando as cinco horas de diferença. Quando cá é meia noite lá são sete da tarde. Ainda bem, tenho mais tempo para tudo.

Vai ser muito bom.

Só não sei é se volto. Posso perder-me, na corrida.

Ou então regresso de barco, como vou andar num Volvo 65 à vela, nunca se sabe.

Depois decido se volto e como volto.

Devo voltar.

Há mais marés que marinheiros.

 

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