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The Cat Run

Uma cena sobre corrida em geral e running em particular e também sobre a vida que passa a correr. Aqui corre-se. Aqui só não se escreve a correr. Este não era um blog sobre gatos. A culpa é da Alice.

The Cat Run

Uma cena sobre corrida em geral e running em particular e também sobre a vida que passa a correr. Aqui corre-se. Aqui só não se escreve a correr. Este não era um blog sobre gatos. A culpa é da Alice.

04.11.16

ALICE, A GATA BORRALHEIRA


The Cat Runner

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Dia 34

03/11/2017

 

Coisas de princesas...

 

Cá em casa as coisas aparecem, desaparecem e acontecem.

Eu explico.

Por exemplo, aparecem sapatos vindos do nada – eu sei de onde vêm, mas prefiro chamar-lhe “nada -, desaparecem, sei lá, camisolas, meias, coisas dessas, como se a casa se tornasse um buraco único (aparecem tempos depois) e, acontecem coisas, como hoje.

A Carla, ao contrário de mim, utiliza as folgas para produzir. Descansa, corre e produz. Eu não. Eu só descanso e corro.

Quer isto dizer que as nossas folgas, para além de serem desencontradas, são totalmente diferentes. Ela é muito mais organizada e melhor que eu. Em quase todos os aspectos.

Agora, desde que começou a correr, costuma enviar-me mensagens com os gráficos da corrida, eu costumo incentivá-la, por vezes faz como eu, manda apenas uma foto de Alice.

Temos feito isso quase todos os dias. Chama-se saudade afectiva (inventei agora).

Assim, enchemos os nossos sorrisos de Alice durante todo o dia.

Hoje, bom, hoje recebi a foto que acompanha este texto.

Sapatos, muitos sapatos, cores, muitas cores, dinâmica (e eu às gargalhadas), tudo o que Alice podia pedir para uma tarde memorável.

Pois bem, aquilo que vê na imagem são alguns dos sapatos que a família – cada qual com o seu par- utiliza. Costumam estar guardados num armário, no hall de entrada. Há anos que é assim.

Agora, imagine, três vezes mais estes sapatos…

Sim, estão na arrecadação. Acesso interdito a Alices.

Vão para a TVI, que está lá um gigantesco contentor, em papelão, para os depositar e reaproveitar.

Fui sendo informado, ao longo do dia, do quão estava a ser divertida a tarde, para Alice ( e não só).

Enquanto arrumavam sapatos, limpavam os armários, Alice experimentava sapato a sapato.

Levou um certo tempo.

Quando cheguei a casa, lá por volta das dez da noite, estava tudo arrumado, cheiroso, limpo.

Estranhamente, comentei, Alice estava na sua cama cor-de-rosa; “fartou-se de desfilar, esta tarde, divertiu-se tanto com os sapatos”.

“Mas, é estranho, nunca está na cama, a esta hora...”.

“Deve estar cansada, foi o dia inteiro sem parar”.

Levou uns minutos.

Agora, Alice está entretida, lá na vida dela, ali em cima da arca que divide os sofás, depois vai para cima das cadeiras da sala, já quase não morde as nossas mãos.

Acho que isto dos sapatos lhe fez bem, digamos que foi a sua primeira grande experiência, ou prova-dos-nove, enquanto jovem princesa. Uma benesse, vá.

Tenho para mim que, a gata borralheira mora aqui. Por enquanto é uma princesa. Assim será, enquanto quiser.

Até porque eu não acredito em abóboras gigantes puxadas por cavalos brancos.

Mas, acredito na gata borralheira e, não conte a ninguém, até sei porque é que Alice se divertiu tanto:

Não foi um, não foi um par, foram dezenas de sapatos, Alice só teve que escolher.

Afinal, gata borralheira que se preze, transforma-se sempre em princesa, mais cedo ou mais tarde ou vice-versa.

E, não há cá príncipes encantados com um sapato de cristal na mão à procura da princesa.

Alice tem muitos sapatos por onde escolher.